ENSAIO: Kia Sportage 1.7 CRDi ISG (4x2)/115 CV
Completamente novo e assumidamente orientado para a cidade ou para percursos não muito complicados fora do alcatrão, o Kia Sportage, nesta versão 1.7 CRDi "isg" de apenas duas rodas motrizes, revela-se um conjunto preocupado com o estilo. A atitude simultaneamente mais madura conjuga com uma imagem jovem, e até irreverente sob determinados aspectos, que pretende cativar novos públicos. Pisca igualmente o olho à economia: na poupança dos consumos desta versão, graças ao sistema “stop & go” e a outras alterações mecânicas, mas também à carteira de potenciais clientes, através de um preço de entrada de pouco mais de 27 mil euros, chave na mão.
Nascido em 1993, o Kia Sportage conquistou desde logo por uma estética engraçada mas também – e sobretudo – por causa de uma inesperada competência face ao preço deveras simpático a que era comercializado.
Desde então tudo, ou quase tudo, mudou. O SUV coreano mantém o nome e a popularidade, mas as responsabilidades são sem dúvidas maiores. A Kia não é mais uma marca desconhecida que precisa da ajuda de um preço aliciante para se impor e a qualidade dos seus produtos cresceu na directa proporção em que também aumentaram as suas responsabilidades e se torna mais difícil perdoar erros de principiante.
Menos TT
O novo Sportage, que este ano começou a ser comercializado no nosso País, é simultaneamente um carro mais adulto e bastante menos inocente do que o modelo da primeira geração. Mas também menos competente do que este era quando as rodas abandonam o alcatrão.
Ou talvez não. O facto é que ao não beneficiar de uma altura tranquilizadora em relação ao solo (cerca de 17 cm) ou de não dispor de qualquer ajuda para a condução fora de estrada, também não incentiva a que o tentemos. E até talvez mesmo as versões com quatro rodas motrizes (a partir de agora também disponíveis em Portugal) estejam mais indicadas para pisos de neve ou gelo, do que para trilhos mais acidentados.
A seu tempo comprovaremos e daremos conta disso.Snob?
Seguindo a tendência do seu segmento, aquilo que pode com clareza afirmar-se é que o Sportage subiu de escalão e aburguesou-se. Isso fica bem patente no conforto que proporciona e é perceptível na qualidade de construção, no equipamento que disponibiliza e nas preocupações com a insonorização do habitáculo. Há pormenores que agradam, que se revelam bastante práticos, há itens de tecnologia actual como as ligações para fontes externas de som e há, sobretudo, bancos cómodos e envolventes que ajudam a que viaja, mas principalmente a quem o conduz. Além de se revelar prática e bastante acessível, a boa capacidade de manobra é facilitada pelas dimensões.
Apesar de medir menos de 4,5 metros de comprimento, a habitabilidade do Sportage é bastante aceitável. O espaço da mala talvez não impressione à primeira vista, mas a verdade é que o construtor reclama quase 600 litros de capacidade. Há que contar com muito mais espaço sob o piso e, aleluia!, mesmo assim, um pneu suplente igual aos restantes.
(Eco)nomias…
Parte da responsabilidade do preço a que é proposta esta versão no nosso País, respeita ao motor diesel de 1,7 litros e à carga fiscal que sobre ele incide. Não apenas por causa da cilindrada como também das emissões mais baixas que a sigla “ISG” na traseira ajuda a explicar.
A unidade motriz mostra-se bastante competente na sua função em cidade, fornecendo quase continuamente binário sem necessidade de grandes trabalhos com a caixa de velocidades. Apesar das relações mais longas (e poupadas) que esta apresenta. Por falar em consumos, estes revelam-se realmente comedidos para o peso e configuração do conjunto, fixando-se a média do ensaio claramente abaixo dos sete litros. Parte da responsabilidade pode efectivamente ficar a dever-se ao sistema “stop & go”, realmente rápido a responder, quer na paragem como no arranque. Mas também aos pneus de baixo atrito que traz montados, embora a estes também se deva o comportamento menos bom em pisos com aderência mais complicada.
Senhor da cidade
Apesar do chassis parecer bastante robusto, característica que vêm-se tornando regra nos modelos mais recentes da marca, o local em que a rigidez torcional parece querer evidenciar realmente competência é sobre o alcatrão e no ambiente urbano. Só que a suspensão algo branda que esta versão em particular evidencia, mostra maiores preocupações em assegurar conforto e contraria em parte alguma dessa vontade. Nomeadamente quando obriga a refrear os ânimos em curva, embora o Sportage nunca deixe de se mostrar seguro ou previsível. Mas se consegue isso à custa de algum entusiasmo e paixão da sua condução, não correrá o “risco” de se tornar mais um SUV previsível, fácil de conduzir e seguro a reagir.
Afinal que mais pode desejar o condutor habitual de um SUV?
LER AINDA A PROPÓSITO DESTE ENSAIO A SEGUINTE NOTÍCIA:
Alerta de leitor: Via Card classifica e cobra como classe 2, viaturas de Classe 1
Dados mais importantes | |
Preços desde | 26 896 (LX) |
Motor | 1685 cc, 16 V, 115 cv às 4000rpm, 225 Nm às 2000 rpm |
Prestações | 173 km/h, 12,8 seg. (0/100 km/h) |
Consumos (médio/estrada/cidade) | 5,8 / 4,2 / 6,0 litros |
Emissões Poluentes (CO2) | 135 gr/km |
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