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ENSAIO: Ford Grand C-Max 1.6 TDCi

Grand C-Max, S-Max e Galaxy são três modelos do tipo monovolume que na Ford dispõem de sete lugares. Só este facto parece motivo bastante para gerar confusão no consumidor, chegada a hora da decisão. Todos eles divergem no tamanho, e por isso também no espaço interior. Diferentes motorizações possíveis acabam por influenciar também o preço. Por isso, de um modo inverso ao que seria normal, fomos tentar perceber se oito mil euros a menos justificam a compra de Grand C-Max em vez do seu “primo” S.



O Ford Grand C-Max difere, da versão “normal”, por possuir mais 14 cm e portas laterais traseiras de correr. A conjugação destas duas características deve-se ao facto de dispor de uma terceira fila de bancos escamoteáveis e, logicamente, este género de portas, com abertura mais ampla, destina-se a permitir um acesso melhor aos lugares traseiros.
Mas com pouco mais de quatro metros e meio de comprimento e tonelada e meia de peso, o Grand C-Max continua a ser um carro compacto. Tem menos um palmo de comprimento do que o S-Max, menos largura e menos peso, daí que também comporte motor 1.6 TDCi, em vez do bloco 2.0 TDCi do “S”. A menor carga fiscal sobre a motorização é, portanto, outro factor que influencia o seu preço.
Pelo menos é o que acontece em Portugal. Importa referir que nalguns mercados é ainda assim disponibilizada uma versão 1.6 TDCi, de 114 cv, do S-Max…


Habitabilidade vs modularidade


Retornemos à sua estrutura compacta. Ela irá influenciar positivamente no desempenho e na capacidade de manobra, importando contudo analisar se os 14 cm a mais são suficientes para permitir uma habitabilidade minimamente razoável para sete ocupantes. E a resposta, não sem alguma surpresa, é positiva.
Para testar essa primeira impressão, nada melhor do que uma viagem completamente lotado ao longo de várias centenas de quilómetros.
Comecemos pela fila central de bancos. Os três que ali viajam, desde que não sejam avantajados, irão descobrir, mais uma vez com um certo espanto, que é possível algum (ligeiro) desafogo. O C-Max apresenta largura que baste e a compleição interior da sua estrutura consegue mesmo “ganhar” mais 3 cm face ao C-Max, que dispõe de outro tipo de portas. Quem se senta no meio fará a viagem numa posição elevada, sem túnel central para empecilhar os pés, dominando com visibilidade a estrada. Apesar da falta de apoio lateral e da estreiteza do banco, este é firme e não demasiado curto.
É ainda possível recolher o banco central para debaixo dos assentos laterais, gerando um espaço de passagem entre as então duas poltronas individuais.
Quanto aos dois lugares traseiros extra, possíveis de se albergarem à altura do piso, oferecem comodidade suficiente para dois ocupantes, desde que não com muita altura. São, claro, mais indicados para crianças, devendo ter-se presente que os encostos ficam próximos do portão traseiro (a cerca de um palmo de distância) e que o acesso a estes não é o mais fácil de realizar, apesar de uma maior abertura das portas.
Para beneficiar este último aspecto, a fila central de bancos corre longitudinalmente sobre calhas ao longo de cerca de 15 cm. Este facto irá permitir uma melhor gestão de espaço para os passageiros, mas também da área de carga. Que é praticamente inexistente com os sete lugares montados (a inexistência de pneu suplente gerou um pequeno espaço extra sob o piso, sobrando muito pouco entre o encosto dos bancos e o portão traseiro), mas que cresce substancialmente numa situação de apenas cinco ou menos lugares. Em circunstâncias normais, com cinco ocupantes, cerca de 475 litros; mais ainda quando se desloca para a frente ou se rebate a fila central de bancos.
Mesmo assim, em relação ao Ford C-Max, esse crescimento não é tão grande quanto seria de se supor.


Comportamento e motor


Nos restantes aspectos, o Grand C-Max não difere muito da versão mais curta. Até mesmo em matéria de comportamento não são perceptíveis grandes alterações, mantendo a boa capacidade de manobra. Talvez só mesmo a estabilidade em estrada tenha tendência para melhorar, devido à maior distância entre eixos.
Todas as impressões e aspectos são portanto os obtidos com o ensaio ao Ford C-Max 1.6 TDCi (ver AQUI).
A versão agora testada dispunha de um opcional particularmente útil, um sistema auxiliar de estacionamento que, tal como o próprio nome indica, ajuda a estacionar num espaço apenas 1,2 vezes superior ao comprimento do veículo.
Um conjunto de sensores anunciam previamente a existência de um lugar suficientemente amplo para a viatura, bastando para tanto circular com o carro ao longo de outros que se encontram estacionados, até que, no pequeno painel que também comporta, entre outras informações, o sistema de navegação, surja essa indicação. Após isso, o sistema efectua as manobras do volante, enquanto o condutor controla os pedais com a ajuda de indicações sonoras, ou visuais que aparecem nesse mesmo painel.
Do lote de equipamento faz ainda parte câmara de visão traseira
Um berço maior vem igualmente favorecer a atitude da suspensão e, logo, o conforto. Parte desse bom desempenho deve-se também à compleição dos bancos, cujo apoio lombar é particularmente útil após algumas centenas de quilómetros ao volante.
No que respeita ao motor, esta conhecida unidade motriz, desenvolvida em conjunto com o grupo PSA, não apenas voltou a revelar-se à altura das exigências, com a lotação esgotada, como tem o contributo de uma transmissão particularmente bem escalonada, com uma engrenagem suave e precisa das mudanças.
Existem outras opções a gasolina e ainda uma versão menos potente deste motor, com somente 95 cv.
Maior surpresa chegou no final do ensaio. Apesar do peso conferir uma menor capacidade de aceleração, e de ter circulado quase sempre com os sete lugares ocupados, a média final do ensaio foi de 7,2 litros. Um valor inferior ao registado com o C-Max, que se deveu ao facto de ter efectuado um maior número de quilómetros em estrada e da condução praticada ter sido mais do género familiar.


Dados mais importantes
Preços desde28600 (95 cv) 30000 euros (115 cv)
Motores
1560 cc, 115 cv/3600 rpm, 285 Nm das 1750 às 2500 rpm, common rail, turbo com geometria variável, overboast
Prestações
180 km/h, 12,3 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
4,9 / 4,4 / 5,8 litros
Emissões Poluentes (CO2)129 gr/km

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