Hyundai Santa Fé 2.2 CRDi
Um SUV modelável (Parte I)
QUANDO os coreanos da Hyundai se abalançaram no terreno dos SUV's para o mercado europeu, foi com o Santa Fé que o fizeram. No entanto, o nome fala por si: «Santa Fé», capital do estado do Novo México, Estados Unidos... Um modelo nascido a pensar no mercado norte americano, nos desejos e exigências do consumidor tipo daquela região do Mundo, posteriormente «adaptado» ao gosto e padrões europeus, nomeadamente ao ser dotado com uma motorização a gasóleo.
HAVIA UM «NÃO-SEI-QUÊ» de americanizado na geração anterior que a presente geração consegue esbater em parte. E não me refiro à imponência das formas que continuam... imponentes, mas fluídas e muito elegantes, eventualmente às linhas interiores, à qualidade demasiado plástica dos revestimentos ou ao comportamento «pesadão» da primeira geração a chegar ao nosso país.
O modelo apresentado em meados do ano passado trouxe algumas novidades importantes, a começar pelas duas arquitecturas de utilização, o cinco lugares e tracção integral agora a ensaio e uma outra versão com mais dois bancos escamoteáveis no piso da mala e somente tracção dianteira. E qual é a importância desta última versão? Neste caso, para além da lotação de sete lugares, este veículo, pelas suas características, é equiparado a um monovolume sendo por isso considerado «Classe 1» nas portagens, desde que equipado com o sistema «Via Verde». O que justifica que sobre ele nos debrucemos mais em pormenor numa futura edição.
A OUTRA novidade importante, prende-se com o motor escolhido para o equipar, uma moderna unidade de 2,2 l com 150 cv e um binário, não apenas elevado, como perceptível e eficaz desde baixos regimes. Neste caso equipado com uma caixa de velocidades manual de cinco velocidades — existe também uma automática com igual número de relações —, este moderno propulsor de 16 válvulas e injecção common rail, tem no menor ruído de funcionamento e no maior equilíbrio de funcionamento as suas maiores virtudes. Obviamente que a maior economia de consumos e a natural redução de emissões poluentes não são de menosprezar, mas, no primeiro caso, as médias de consumo em circuito misto superiores a 8 litros, aceitáveis face ao peso do conjunto, agravam-se substancialmente em percursos urbanos.
Já o funcionamento regista um claro avanço em termos de suavidade e precisão nas passagens de relação. Com algumas características estradistas e face ao binário, lamenta-se apenas a ausência de uma sexta velocidade.
COMO REFERI, a versão a ensaio foi a mais «jipe» das duas. As aspas devem-se ao facto do Santa Fé ser, na realidade, um SUV e não um todo-o-terreno de raiz, ainda que as suas características de altura em relação ao solo e tracção integral, lhe permitam alguns «floreados». O sistema de transmissão TOD (Torque on Demand), apresentado inicialmente no Tucson, é dotado de vários sensores que avaliam, em cada instante, as condições do piso, distribuindo pelos dois eixos a potência adequada, até a um máximo de 50 por cento a cada um deles. Em condições de piso seco e aderente a tracção é dianteira, passando a integral com a degradação do piso. Há ainda a possibilidade de, em situações particularmente difíceis, fazer funcionar um comando «4WD Lock», através de um simples botão no painel central, que bloqueia a distribuição do binário equitativamente por ambos os eixos até uma velocidade de 40 km/h.
O resultado prático deste sistema foi dotar o Santa Fé com capacidades para se desembaraçar de situações de piso mais irregular. A altura acaba por lhe permitir algum à-vontade nessas situações, a tracção integral assegura melhores condições de aderência. Basicamente isto: os ângulos de ataque e de saída não são famosos, pelo que o acesso a inclinações mais acentuadas tem que ser feito com redobrada atenção e, o pior de tudo, é que os pneus que o equipam de série jogam contra si, não lhe permitindo fazer valer as características que possui.
TROCANDO POR MIÚDOS; as diferenças de condução entre este carro equipado com os pneus de origem e «calçado» com uns pneus de boa qualidade, são dispares. Isto quando fora de estrada e, por exemplo, se lhe apresenta lama e tem que vencer inclinações. Mas, mesmo em estrada e em condições de chuva, este Santa Fé não proporciona um natural descanso em condução mais rápida, levando o condutor a retrair-se na abordagem de curvas com menor ou mesmo sem inclinação. O que não deixa de ser curioso e claramente culpa do rodado, pois a boa absorção das irregularidades e o adorno controlado da carroçaria em curva até patenteiam um bom desempenho da suspensão.
A PRIMEIRA IMPRESSÃO do interior, não é de grande envolvência. Na verdade, o desenho simétrico e algo desinspirado das formas, valem principalmente pela funcionalidade e boa leitura dos instrumentos. Já a habitabilidade e o conforto demonstram uma clara evolução, num habitáculo que além de luminoso se apresenta bem insonorizado. É verdade que se fazem sentir alguns pequenos ruídos parasitas provenientes da zona da mala, mas, apesar do uso de plásticos rijos, a robustez e qualidade dos acabamentos parece evidente. Mais uma vez um carro muito pensado para o mercado americano na simplicidade das linhas e na ausência de revestimentos macios no tablier, por exemplo.
Os assentos são largos e confortáveis, com a posição de condução a permitir múltiplos ajustes do banco e da coluna da direcção. Algumas aplicações de madeira, contribuem para o embelezamento do habitáculo. Mas é sobretudo a mala generosa que se destaca com mais de um metro de profundidade e capacidade superior a 700 litros. Saliente-se que, nesta versão, o espaço ocupado pelos dois bancos da terceira fila, servem como espaço acessório para a guarda de pequenos objectos sob o piso da mala.
HAVIA UM «NÃO-SEI-QUÊ» de americanizado na geração anterior que a presente geração consegue esbater em parte. E não me refiro à imponência das formas que continuam... imponentes, mas fluídas e muito elegantes, eventualmente às linhas interiores, à qualidade demasiado plástica dos revestimentos ou ao comportamento «pesadão» da primeira geração a chegar ao nosso país.
O modelo apresentado em meados do ano passado trouxe algumas novidades importantes, a começar pelas duas arquitecturas de utilização, o cinco lugares e tracção integral agora a ensaio e uma outra versão com mais dois bancos escamoteáveis no piso da mala e somente tracção dianteira. E qual é a importância desta última versão? Neste caso, para além da lotação de sete lugares, este veículo, pelas suas características, é equiparado a um monovolume sendo por isso considerado «Classe 1» nas portagens, desde que equipado com o sistema «Via Verde». O que justifica que sobre ele nos debrucemos mais em pormenor numa futura edição.
A OUTRA novidade importante, prende-se com o motor escolhido para o equipar, uma moderna unidade de 2,2 l com 150 cv e um binário, não apenas elevado, como perceptível e eficaz desde baixos regimes. Neste caso equipado com uma caixa de velocidades manual de cinco velocidades — existe também uma automática com igual número de relações —, este moderno propulsor de 16 válvulas e injecção common rail, tem no menor ruído de funcionamento e no maior equilíbrio de funcionamento as suas maiores virtudes. Obviamente que a maior economia de consumos e a natural redução de emissões poluentes não são de menosprezar, mas, no primeiro caso, as médias de consumo em circuito misto superiores a 8 litros, aceitáveis face ao peso do conjunto, agravam-se substancialmente em percursos urbanos.
Já o funcionamento regista um claro avanço em termos de suavidade e precisão nas passagens de relação. Com algumas características estradistas e face ao binário, lamenta-se apenas a ausência de uma sexta velocidade.
COMO REFERI, a versão a ensaio foi a mais «jipe» das duas. As aspas devem-se ao facto do Santa Fé ser, na realidade, um SUV e não um todo-o-terreno de raiz, ainda que as suas características de altura em relação ao solo e tracção integral, lhe permitam alguns «floreados». O sistema de transmissão TOD (Torque on Demand), apresentado inicialmente no Tucson, é dotado de vários sensores que avaliam, em cada instante, as condições do piso, distribuindo pelos dois eixos a potência adequada, até a um máximo de 50 por cento a cada um deles. Em condições de piso seco e aderente a tracção é dianteira, passando a integral com a degradação do piso. Há ainda a possibilidade de, em situações particularmente difíceis, fazer funcionar um comando «4WD Lock», através de um simples botão no painel central, que bloqueia a distribuição do binário equitativamente por ambos os eixos até uma velocidade de 40 km/h.
O resultado prático deste sistema foi dotar o Santa Fé com capacidades para se desembaraçar de situações de piso mais irregular. A altura acaba por lhe permitir algum à-vontade nessas situações, a tracção integral assegura melhores condições de aderência. Basicamente isto: os ângulos de ataque e de saída não são famosos, pelo que o acesso a inclinações mais acentuadas tem que ser feito com redobrada atenção e, o pior de tudo, é que os pneus que o equipam de série jogam contra si, não lhe permitindo fazer valer as características que possui.
TROCANDO POR MIÚDOS; as diferenças de condução entre este carro equipado com os pneus de origem e «calçado» com uns pneus de boa qualidade, são dispares. Isto quando fora de estrada e, por exemplo, se lhe apresenta lama e tem que vencer inclinações. Mas, mesmo em estrada e em condições de chuva, este Santa Fé não proporciona um natural descanso em condução mais rápida, levando o condutor a retrair-se na abordagem de curvas com menor ou mesmo sem inclinação. O que não deixa de ser curioso e claramente culpa do rodado, pois a boa absorção das irregularidades e o adorno controlado da carroçaria em curva até patenteiam um bom desempenho da suspensão.
A PRIMEIRA IMPRESSÃO do interior, não é de grande envolvência. Na verdade, o desenho simétrico e algo desinspirado das formas, valem principalmente pela funcionalidade e boa leitura dos instrumentos. Já a habitabilidade e o conforto demonstram uma clara evolução, num habitáculo que além de luminoso se apresenta bem insonorizado. É verdade que se fazem sentir alguns pequenos ruídos parasitas provenientes da zona da mala, mas, apesar do uso de plásticos rijos, a robustez e qualidade dos acabamentos parece evidente. Mais uma vez um carro muito pensado para o mercado americano na simplicidade das linhas e na ausência de revestimentos macios no tablier, por exemplo.
Os assentos são largos e confortáveis, com a posição de condução a permitir múltiplos ajustes do banco e da coluna da direcção. Algumas aplicações de madeira, contribuem para o embelezamento do habitáculo. Mas é sobretudo a mala generosa que se destaca com mais de um metro de profundidade e capacidade superior a 700 litros. Saliente-se que, nesta versão, o espaço ocupado pelos dois bancos da terceira fila, servem como espaço acessório para a guarda de pequenos objectos sob o piso da mala.
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PREÇO, desde 44 000 euros MOTOR, 2188 cc, 150 cv às 4000 rpm, 16 V, 335 Nm das 1800 às 2500 rpm, injecção common-rail, turbo de geometria variável e intercooler PRESTAÇÔES, 179 km/h CONSUMOS, 9,6/6,0/7,3 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 193 g/km de CO2
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VOLTAREI, dentro de semanas, ao Santa Fé para me debruçar sobre a versão «monovolume» de sete lugares, numa «Parte II». Por razões óbvias o importador nacional aposta nesta única versão diesel, ainda que o modelo conheça uma outra a gasolina de 2,7 litros. Quanto a equipamento, o nível Style é também único e contempla desde logo airbags frontais laterais e de cortina para as 3 filas de bancos (quando é o caso), ABS e EBD, controlo de estabilidade e de tracção, alarme, faróis de nevoeiro, vidros e retrovisores eléctricos, computador de bordo, banco do condutor c/ regulação eléctrica, compartimento inferior na bagageira, volante c/ regulação em altura e profundidade, fecho centralizado com comando, retrovisor interior electro crómico c/ bússola, ar condicionado automático, «cruise control» e jantes em liga leve.
Resultado nos testes EuroNcap:
http://www.euroncap.com/images/results/Off-Roaders/car_273_2006/Hyundai%20Santa%20Fe%20Datasheet.pdf