Nomes que perduram: MINI
Os carros não se medem aos palmos!
EM FINAIS dos anos cinquenta, a conservadora indústria automóvel britânica vivia um ambiente muito especial. Por um lado, os construtores mostravam-se relutantes em introduzirem inovações nos seus produtos; por outro, a maioria dos automóveis ingleses
mais populares, apresentavam uma clara desactualização técnica, numa altura em que a Europa continental respondia com modelos como o Volkswagen, o Fiat 600, o Renault 4 cv ou o Citroen 2 cv.
Esse ambiente, juntamente com a crise de petróleo motivada pela disputa do canal do Suez, levou o presidente da BMC — British Motor Company —, a pensar na concepção de um carro tecnicamente evoluído e estilisticamente diferente, mais económico, fácil e barato de produzir, mas sem grandes concessões no espaço, no conforto ou nas prestações.
Estávamos em 1957.A IDEIA era conceber um automóvel de dois volumes, com não mais de três metros de comprimento e capacidade para quatro adultos e ainda alguma carga.
O segredo consistiu na colocação de um pequeno motor de 848 cc, já existente, comprovadamente fiável e simples de reparar, disposto transversalmente, à frente, juntamente com a caixa de velocidades.
Isso e a tracção dianteira, permitiu que 80 por cento do volume fosse dedicado ao habitáculo e à bagageira, libertando também o espaço habitualmente ocupado pelo veio de transmissão às rodas traseiras.
A carroçaria monobloco, as rodas de dez polegadas (baixando o centro de gravidade), as suspensões com rodas independentes e blocos de borracha asseguravam-lhe, para a época, uma notável estabilidade direccional e um comportamento em curva simultaneamente preciso e divertido.
ALGUNS «truques» conferiram ao novo veículo uma versatilidade interessante: a colocação central dos instrumentos tornava o habitáculo menos acanhado, dando a ilusão de uma maior profundidade em relação ao condutor e criou espaço para objectos de pequenas dimensões; a porta da bagageira abrindo de modo a poder ser utilizada como prateleira no transporte de volumes de maiores dimensões; e as cavas das rodas traseiras, colocadas no extremo da carroçaria, não interferiam no espaço deste banco.A produção iniciou-se em 8 de Maio de 1959 e a 26 de Agosto o público conheceu finalmente o Austin Se7en ou Morris Mini-Minor, consoante a marca do grupo BMC.
Ao câmbio actual, o preço na Inglaterra rondava os 140 contos. Em Portugal, em 1960, não chegava aos 48 contos.
CURIOSIDADES!

Filho de pai grego e mãe alemã, nasceu na Turquia em 1906, e depois de estudos em engenharia em Londres, e da passagem por algumas empresa mecânicas, concebeu, para a Morris, o Minor, o primeiro carro inglês a ultrapassar o milhão de unidades vendidas. Antes de ingressar na BMC em 1955, Issigonis teve uma curta passagem pela Alvis, onde começou a esboçar os contornos de um automóvel de pequenas dimensões.
David contra Golias: nos ralis o mini bateu-se com carros mais potentes e ganhou. A «culpa» recaí em John Cooper, especialista mecânico responsável pela preparação de carros e motores para competição. Nascia o Mini Cooper!


