ENSAIO: Suzuki SX4 2.0 DDIS e 1.5 VVT Outdoor Line
A Suzuki reformulou a gama SX4, uma das mais procuradas da marca japonesa no mercado nacional. No essencial, as alterações incidiram sobre a introdução de novos motores, não podendo afirmar-se que tenham trazido resultados mais benéficos para a realidade do mercado português. Apesar dos preços se manterem competitivos, o motor a gasolina 1.5 VVT com 112 cv, mas sobretudo a versão diesel 2.0 DDIS com 135 cv, atiram o modelo para patamares menos competitivos.
Desapareceu de comercialização a versão diesel mais procurada, com motor 1.6. A gama poderia beneficiar com a presença fiscalmente menos penalizadora do motor 1.3 DDIS proveniente da Fiat (existente no novo Swift), já que o SX4 é um projecto comum com a marca italiana. Ou, quem sabe, com a dotação de motores Volkswagem, uma vez que o construtor alemão passou a ser o maior accionista da empresa japonesa.
Até isso acontecer fomos experimentar o Suzuki SX4 dotado do bloco 2.0 DDIS e 1.5 VVT.
Cavalos mais do que suficientes
O SX4 é um misto de uma viatura familiar média e de um pequeno SUV. Na aparência e no pouco mais de altura que tem em relação ao solo (17,5 cm), sendo que diversas protecções plásticas, na carroçaria ou sobre ela, contribuem para acentuar essa imagem.
A versão mais potente até agora ensaiada estava exactamente dotada de tracção integral (ver AQUI) e dispunha de um bloco 1.9, igualmente a diesel. Essa variante não teve um período de comercialização muito longo, embora tendo como vantagem o facto de aliar a tracção total a um binário bastante agradável. Embora na verdade o seu preço já era algo elevado.
A mala é versátil mas mediana na capacidade: 270 a 1045 litros. |
O 2.0 DDiS da Suzuki consegue, muito naturalmente, ganhos significativos em relação à anterior proposta diesel: o binário máximo de 320 Nm às 1.500 rpm (em vez de 215 às 1750 rpm) confere-lhe maior poder de aceleração e permite-lhe ainda atingir velocidades mais elevadas. Contudo, é em termos ambientais que revela uma boa razão para a sua existência: o filtro de partículas e demais soluções permitem-lhe diminuir as emissões de CO2, cumprindo as mais recentes regulamentações nesse sentido.
Ainda ao nível mecânico, existe uma outra novidade: uma caixa de velocidades manual com seis velocidades, mais eficaz a rentabilizar o binário disponível. Passou igualmente a contar com travões de disco nas quatro rodas.
O preço, mais de 25 mil euros, é fortemente penalizado pela carga fiscal que incide sobre a cilindrada. Basta dizer que este carro, em Espanha, custa praticamente menos 9 mil euros!
Para ajudar a atenuar o preço, a única versão de equipamento disponível é o “GLX Outdoor Line”, dotada com seis airbags, ESP, TCS e controlo da velocidade de cruzeiro. Integra ainda volante em pele, ar condicionado automático, sistema de áudio CD/MP3 com carregador de 6 CD e comandos no volante, acesso e arranque sem chave e ainda os quatro vidros eléctricos. Exteriormente, há que contar ainda com jantes especiais de 16 polegadas e vidros traseiros escurecidos, sendo que, para a pintura metalizada, acrescem 295 euros.
O banco traseiro é mais indicado para dois ocupantes |
Em termos práticos, o SX4 continua a ser um carro não somente agradável de conduzir, como bastante despachado a fazê-lo. Mais ainda, naturalmente, com este motor e com esta belíssima caixa de velocidades, obtendo consumos médios um pouco abaixo dos sete litros.
Interiormente não impressiona muito à partida. Como geralmente acontece com alguns modelos não europeus (apesar da concepção conjunta com a Fiat e de ser fabricado na Hungria), os revestimentos são maioritariamente realizados em plástico pouco suave ao tacto. Contudo, há que o dizer, nem mesmo uma suspensão mais dura abala ou provoca ruídos estranhos no interior do habitáculo. Que apesar de todos os progressos e de este motor ter um funcionamento bastante mais suave, continua a não ser um exemplo de silêncio.
Deve-o, em parte, à dita suspensão, mais orientada para o comportamento, evitando por isso grandes balanços da carroçaria. Mas também aos pneus que o equipam.
Em todo o caso, tudo isto não impede o Suzuki SX4 de garantir um comportamento saudável em qualquer situação.
Motor 1.5 VVTi/112 cv
Como anteriormente foi mencionado, a versão mais acessível deste carro (17 mil euros) surge dotada do motor a gasolina 1.5 com 112 cv. Uma cilindrada ligeiramente elevada para a fiscalidade portuguesa (mais habituada, nesta categoria, a motores a gasolina que não ultrapassem os 1400 cc), embora particularmente bem adaptada a este carro.
Este motor de 1490 cc permite alguns brilharetes em estrada (180 km/h de velocidade máxima, 11 segundos para cumprir os 100 metros de arranque), sendo particularmente económico nesse tipo de condução, onde é capaz de garantir consumos médios inferiores aos seis litros.
O consumo misto anunciado pelo fabricante é de 6,1 litros e de emissões de 139 g/km.
Mas, em cidade, o caso muda de figura: os consumos elevam-se devido à necessidade de baixar as relações da caixa de velocidade, de modo a manter alguma vivacidade no andamento. O mesmo acontece quando preenchido com a sua lotação máxima - 5 ocupantes -, requerendo alguma embalagem antes de abordar qualquer subida mais inclinada.Pese embora as variações dos valores de potência (112 cv às 6000 rpm) e binário (145 Nm às 4400 rpm), não existem diferenças muito substanciais de desempenho em relação ao registado NESTE ensaio.
Dados mais importantes | |
Preços desde | 25500 euros |
Motores | 1956 cc, 16 V, 135 cv às 3500 rpm, 320 Nm às 1500 rpm |
Prestações | 190 km/h, 10,5 seg. (0/100 km/h) |
Consumos (médio/estrada/cidade) | 4,9 / 4,2 / 6,2 litros |
Emissões Poluentes (CO2) | 129 gr/km |
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