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Ensaio: Jeep Wrangler Adventure Edition


Veredicto: culpado



Tenho de confessar que gosto de carros assim. Não por serem perfeitos ou bonitos de “encher o olho”, mas apenas por que cumprem com o prometido: serem eficazes naquilo para que foram criados.

Pode parecer um bocado redundante voltar a falar deste jipe. Do Jeep. Do sucessor do carro que deu origem ao nome pelo qual passaram a ser conhecidos (quase) todos os veículos, de lazer ou para o trabalho, com este tipo de configuração e tracção às quatro rodas.
Se este texto acontece deve-se, confesso, ao gosto particular que tenho em conduzir este carro. E como recentemente conheceu uma versão especial... eis uma boa desculpa para o fazer.



Nascido para a aventura

Esta máquina foi concebida para a aventura. Tem uma personalidade forte e vincada e, por isso, exige também alguém assim para se deixar domar e permitir que façam pleno uso das suas potencialidades.
O Wrangler não foi feito para passar os dias na cidade, trancado entre as ruas estreitas e esburacadas de uma cidade como Lisboa. Se o querem ver a andar bem, dêem-lhe uma estrada aberta e ampla, com bom piso para que possa deixar correr soltos os cavalos do seu motor, sem necessidade de nos preocuparmos com a mudança mais correcta ou o andamento mais poupado. Sim. Porque no primeiro caso esta versão especial oferece a caixa de velocidades automática sem qualquer custo adicional, e quanto ao segundo é melhor esquecer: jamais iremos conseguir boas médias de consumo, apesar de se tratar de um motor movido a gasóleo.
Se está mais eficiente em alcatrão, balançando menos e mantendo a estabilidade sem sobressaltos de maior, é fora dele que este Jeep revela a sua verdadeira natureza. Tal e qual um puro-sangue americano, cavalga montes e vales sem olhar a obstáculos, ultrapassa linhas de água, trepa taludes e desce ravinas com grande à-vontade, até mesmo pela mão de condutores menos experientes.


Pronto a usar... e a abusar

O Jeep Wrangler está mais fácil de guiar. Mas não perdeu a sua essência. A direcção é muito directa e comunicativa, correctamente assistida quando o conduzimos em cidade mas não demasiado “leve” quando passamos à terra. O interior é espartano, com uma ergonomia orientada essencialmente para a funcionalidade. É por isso que tem um interior de limpeza fácil. Não falemos muito em insonorização porque ela é pouca, ou em conforto porque este é afectado pelo tipo de suspensão, pensado para uma eficácia de TT e por conseguinte saltitante quando se circula, demasiado depressa, em piso irregular.
O que esta versão especial traz de novo é... uma cor exclusiva e uma capota rígida. Na realidade até já existiam mas juntaram-se para assinalar a criação um evento de todo-o-terreno, agreste e exigente, exclusivo para os clientes da marca. Acrescentaram-lhe ainda um sistema aéreo de admissão de ar, para evitar grandes entradas de poeiras, a dita caixa de velocidades automática e o “pack off-road”, para aproveitamento mais eficaz das já de si boas capacidades de tracção. Tudo junto não o torna substancialmente diferente do que já era. Mas dá-lhe muito estilo. Pensando bem, isso já tinha ele de sobra.

PREÇO, €30 000 MOTOR, 2777 cc, 177 cv às 3800 rpm, 410 Nm das 2000 às 2600 rpm, injecção directa/turbo VGT CONSUMOS, 12,7/8,3/9,9 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 263 g/km

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