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Toyota RAV4 Station Wagon 2.2 D-4D

O prestígio de um nome

O RAV4 foi um dos primeiros SUV que nasceu em pleno 'boom' do segmento, corriam os anos 90. Baseado originalmente na plataforma do Corolla, toda e qualquer reminiscência com o passado fica apenas pelo nome

A actual geração apareceu em 2006. No ano passado, o modelo beneficiou de um rejuvenescimento estético que incluiu o redesenho das secções dianteira e traseira, e a passagem das luzes dos "piscas" para os retrovisores laterais. Interiormente, conta agora com sistemas de som e de navegação mais sofisticados (este último não muito intuitivo e a precisar de actualização), câmara traseira como auxiliar de estacionamento (visualizável no retrovisor ou no painel do sistema de navegação) e encostos de cabeça activos que reforçam a segurança dos ocupantes.
Mecanicamente registou uma evolução importante. A nova motorização diesel com dois níveis de potência — 150 ou 177 cv —, dá a escolher outros tantos modos de transmissão: uma caixa manual de seis velocidades ou uma automática com idêntico número de relações.

Motor generoso

Como é fácil de entender, a disponibilidade deste motor prende-se com motivos ambientais e o cumprimento de normas de emissão mais rigorosas. Apesar disso, os valores de potência e binário estão mais elevados, algo que facilmente se constata durante a sua condução.
Já mais optimistas são os valores de consumo indicados pelo construtor, não sendo difícil chegar a médias de 8,5 l.
Não sendo um carro particularmente leve e mais ainda prejudicado por uma aerodinâmica pouco favorável, o RAV4 acelera de forma suave mas convicta, beneficiando da precisão e do bom escalonamento da caixa de velocidades manual. Em condições normais de aderência comporta-se como um típico modelo de tracção dianteira, descontando um ligeiro adorno em curva, natural devido à altura, sensação que se acentua por causa da posição de condução mais elevada.
De um modo automático, através de uma embraiagem multi-disco, pode repartir, quando necessário, a tracção com o eixo traseiro. Deixa ainda a possibilidade de o fazer manualmente, através de um pequeno botão situado no tablier.
Não é, claro, uma viatura para a prática de todo-o-terreno. Embora ligeiramente mais alto, não o é suficientemente, nem oferece condições, leia-se ângulos de carroçaria, para ultrapassar obstáculos muito complicados. A tracção integral pode valer-lhe em pisos com gelo ou neve, ou ainda alguns com menor aderência, desde que estes não apresentem acentuadas irregularidades.


Plásticos deixam a desejar

Para um modelo cujo preço começa nos 43 mil euros, esperava uma qualidade mais uniforme dos revestimentos interiores. Muito prático e com diversas soluções de arrumação, a área frontal do RAV4 apresenta, contudo, plásticos rígidos e mesmo com um toque de menor qualidade nalguns casos.
Em grande parte, isso deve-se também a motivos ambientais, devido à inclusão de materiais reciclados e facilmente recicláveis. Mas não deixa de surpreender num Toyota, apesar de não ser caso único na marca japonesa.
Reconheça-se, contudo, que o nível de insonorização e de conforto são elevados. O condutor tem ao dispor múltiplas possibilidades de ajuste, o que também beneficia a visibilidade. Talvez se estranhe um volante um tanto ou quanto pequeno e com uma "pega" muito desportiva, mas nada que contrarie o prazer da sua condução.
Em matéria de espaço interior não há motivos para preocupação. Com uma estrutura larga, o RAV4, de cinco portas, oferece espaço traseiro suficiente para as pernas. E bons acessos. O encosto dos bancos traseiros pode adoptar várias posições e a mala – pouco mais de 400 litros de capacidade —, oferece alguma modularidade. Somente o seu acesso pode deixar a desejar, uma vez que o respectivo portão abre lateralmente, e não "para cima", como acontece em modelos cujo pneu suplente não se fixa nesta.

Estradista familiar

Moderno e sofisticado, apesar da qualidade interior, a condução do RAV4 destaca-se ainda por outros dois (bons) motivos: um deles a ausência de vibrações, mesmo quando está parado, o que demonstra bem o equilíbrio de funcionamento desta motorização.
O outro aspecto é o conforto; para um modelo que, sendo mais elevado, não pode apresentar uma suspensão demasiado macia por razões de segurança, a boa capacidade de amortecimento e a excelente compleição dos bancos, acabam por reforçar, ainda mais, um carácter que é, afinal, marcadamente familiar.

PREÇO, desde 43500 euros MOTOR, 2231 cc, 150 cv às 3600 r.p.m., 400 Nm 2000 a 2800 rpm, turbo de geometria variável, 16 válvulas, DOHC, injecção directa de combustível common rail e tipo piezeléctrico, CONSUMOS, 7,5/5,2/6,0 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 159 g/km

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